ATA DA TERCEIRA SESSÃO EXTRORDINÁRIA DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 23-12-2002.

 


Aos vinte e três dias do mês de dezembro de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte minutos, foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sebastião Melo e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos Pestana, Elói Guimarães, Ervino Besson, Reginaldo Pujol, Valdir Caetano e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Dr. Goulart dissertou sobre a celebração de acordo entre esta Casa, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, a Prefeitura e Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, a fim de viabilizar ajuda financeira ao Hospital Espírita. Ainda, comemorou a manutenção do título de entidade filantrópica pelo Hospital da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. O Vereador Luiz Braz, discorrendo a respeito dos sentimentos de justiça e de igualdade que caracterizam as festas natalinas, questionou o teor das proposições encaminhadas pelo Executivo Municipal para apreciação em convocação extraordinária desta Câmara. Nesse sentido, perquiriu os objetivos que nortearam o pedido de apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 038/02 (Processo nº 1361/02) em regime de urgência. O Vereador Sebastião Melo, discursando a respeito da necessidade de que os parlamentos promovam a pluralidade de debates e assegurem o direito à representatividade das minorias, avaliou situações vividas por esta Casa em torno da apreciação dos Projetos de Lei do Executivo nºs 038/02, que cria a Secretaria Municipal de Direitos Humanos, e 087/02, que institui a Contribuição para Custeio da Iluminação Pública. O Vereador Cassiá Carpes, pronunciando-se a respeito da apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 038/02 (Processo nº 1361/02), que trata da criação da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, asseverou não ser este o momento adequado para a realização dessa votação. Nesse sentido, defendeu a necessidade de que a matéria seja submetida à apreciação de acordo com os procedimentos regimentais ordinários e não em regime de urgência. O Vereador Estilac Xavier contrapôs-se a declarações efetuadas pelo Vereador Sebastião Melo, no que tange à postura adotada pela Diretoria Legislativa desta Casa no desempenho de suas funções. Ainda, manifestou-se sobre a apreciação do Projeto de Lei Executivo n° 038/02 (Processo nº 1361/02), que dispõe sobre a criação da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, tecendo considerações acerca dos dispositivos constitucionais que versam sobre os direitos e garantias individuais. A seguir, constatada a existência de quórum, foi aprovado Documento firmado pelo Vereador Isaac Ainhorn, Líder da Bancada do PDT, contendo as indicações do Vereador João Bosco Vaz para integrar a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL e do Vereador José Fortunati para integrar a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, tendo os Vereadores Luiz Braz e Isaac Ainhorn manifestado-se sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion discorreu sobre a apreciação do Projeto de Lei do Executivo n° 038/02, analisando criticamente o posicionamento adotado por representantes de entidades de defesa dos direitos humanos quanto ao tema. Também, referiu-se a Projeto de Lei de autoria do Vereador Nereu D'Avila, que cria a Secretaria Municipal de Segurança, salientando que o Projeto ora enviado pela Prefeitura Municipal busca abranger as áreas de assistência social e de segurança pública na Cidade. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Senhor Presidente, face Questões de Ordem e manifestações dos Vereadores Luiz Braz, Isaac Ainhorn e Juarez Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre a tramitação do Projeto de Lei do Executivo nº 038/02. Às dezessete horas e cinqüenta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezoito horas, constatada a existência de quórum. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 038/02, com ressalva da Mensagem Retificativa, das Emendas e das Subemendas a ele apostas, por dezenove votos SIM, nove votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos Vereadores Luiz Braz, Maristela Maffei, Elói Guimarães, João Carlos Nedel e Haroldo de Souza e encaminhado à votação pelo Vereador João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Zé Valdir, Não os Vereadores Almerindo Filho, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Paulo Brum e Reginaldo Pujol e tendo optado pela Abstenção o Vereador Isaac Ainhorn. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 038/02, o Vereador João Bosco Vaz cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Luiz Braz. Foi aprovada a Mensagem Retificativa, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 038/02, com ressalva das Subemendas a ela apostas, por dezenove votos SIM, oito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Zé Valdir, Não os Vereadores Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Paulo Brum e Reginaldo Pujol e tendo optado pela Abstenção o Vereador Isaac Ainhorn. Foi aprovada a Subemenda nº 01 à Mensagem Retificativa, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 038/02, por vinte e um votos SIM e sete votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Zé Valdir e Não os Vereadores Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Paulo Brum e Reginaldo Pujol. Foi rejeitada a Subemenda nº 02 à Mensagem Retificativa, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 038/02, por nove votos SIM e dezessete votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Nereu D'Avila e Pedro Américo Leal e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Estilac Xavier, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Paulo Brum, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Zé Valdir. Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 038/02, com ressalva da Subemenda nº 01 a ela aposta, por dezenove votos SIM, seis votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Zé Valdir, Não os Vereadores Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Paulo Brum e Reginaldo Pujol e tendo optado pela Abstenção o Vereador Pedro Américo Leal. Foi aprovada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 038/02, por vinte votos SIM e quatro votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Zé Valdir e Não os Vereadores Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Haroldo de Souza e João Antonio Dib. Foi aprovada a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 038/02, por vinte votos SIM e quatro votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Zé Valdir e Não os Vereadores Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Haroldo de Souza e João Antonio Dib. Foi aprovada a Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 038/02, por dezenove votos SIM e quatro votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Zé Valdir, Não os Vereadores Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Haroldo de Souza e João Antonio Dib e tendo apresentado Declaração de Voto os Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 080/02, por vinte e cinco votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Zé Valdir. Após, foi apregoado o Ofício nº 779/02 (Processo nº 3812/02), de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, através do qual Sua Excelência convoca a Câmara Municipal de Porto Alegre para Sessão Legislativa Extraordinária a ser realizada no dia vinte e sete de dezembro do corrente, a partir das nove horas e trinta minutos, a fim de apreciar as matérias constantes nos seguintes Ofícios, também de autoria de Sua Excelência, na forma que segue: de nº 775/02, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 087/02 (Processo nº 3810/02); de nº 776/02, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 088/02 (Processo nº 3811/02). Na ocasião, face manifestações dos Vereadores Isaac Ainhorn e João Carlos Nedel, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre o teor do Ofício nº 779/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, acima referido. Às dezenove horas e seis minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos da presente Sessão e da Sexta Sessão Legislativa Extraordinária, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão de Instalação da Sétima Sessão Legislativa Extraordinária, a ser realizada no dia vinte e sete de dezembro do corrente, às nove horas e trinta minutos. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Aldacir Oliboni. Do que eu, Aldacir Oliboni, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Carlos Alberto Garcia, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje é um dia de muito trabalho, se não de trabalho, pelo menos, de grandes movimentos, e a nossa Bancada aproveita as possibilidades de Liderança para comemorações. Há pouco, comemoramos o acordo realizado entre a Câmara dos Vereadores, a Assembléia Legislativa, o Prefeito de Porto Alegre e o Secretário Municipal de Saúde. Vamos ajudar o Hospital Espírita.

E agora venho dar satisfações, neste momento de Liderança, para os senhores, de uma grande conquista da Câmara de Vereadores. Ainda há pouco, eu estava aqui defendendo a filantropia da PUC, que estava sendo perdida, e, com isso, perderia milhares de bolsas para os alunos da PUC, dos melhores do Brasil.

O Hospital São Lucas não poderia atender o SUS se ficasse sem a filantropia. É evidente que, em se tratando de saúde, a PUC também pediu o auxílio da Câmara de Vereadores, pediu especificamente auxílio para a COSMAM e, dentro da COSMAM, especificamente para este Vereador e para o Ver. Aldacir Oliboni. Nós trouxemos a esta Casa o pedido de viagem a Brasília, e a Casa nos permitiu por unanimidade, e agora venho dar a satisfação em tempo recorde: acaba de ser mantida a filantropia da PUC! (Palmas.) Pediria uma salva de palmas para o Ministro, que nos permitiu que mantivéssemos a filantropia da PUC com grande trabalho e interferência do Ver. Aldacir Oliboni e, modestamente, do Vereador que vos fala. É mais uma luta pela saúde! É mais uma luta pelo nosso povo! É mais uma vitória da Câmara de Vereadores! E aqui está a comunicação, neste dia de tanto trabalho para nós. Muito obrigado, Ver. Aldacir Oliboni, por ter nos acompanhado, por ter trabalhado muito nas terras de Brasília para conseguirmos essa filantropia. Era o que tinha para dizer. Muito obrigado, Srs. Vereadores.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Carlos Alberto Garcia; Srs. Vereadores; Sr.ªs Vereadoras; Ver. Elói Guimarães, na antevéspera do Natal, é claro que o espírito cristão deveria estar habitando o coração de todas as pessoas, pelo menos das pessoas que acreditam em Deus, que crêem em alguma coisa, porque eu sei que nem todos, infelizmente, podem agir assim; mas isso significa, Ver. Sebastião Melo, que o sentimento de justiça e de igualdade deveria estar acompanhando esse espírito cristão, porque, se assim não for, ele não tem significado nenhum. Eu ainda hoje ouvia um homem falando num debate no rádio, não identifiquei, apenas passava o ponteiro, mas ele dizia que as pessoas, nesta época do ano, são muito materialistas e pouco espiritualistas. Elas estão mais apegadas àquele espírito do São Nicolau, dos presentes do Papai Noel, do que na verdade apegadas ao verdadeiro espírito cristão e fazendo algum tipo de reflexão a respeito do nascimento de Cristo.

Ora, quem falar sobre esse assunto ou quem realmente souber o que é viver este momento, eu tenho certeza absoluta de que, pelo menos agora, pelo menos neste tempo, não vai cometer nenhum ato, nenhum deslize que possa comprometê-lo como ser humano. Qual é o ser humano? Aquele que é capaz de estender a mão para o seu próximo, de ajudar o seu próximo sem absolutamente querer saber se ele vai ter algum tipo de retorno. Ajudar por ajudar; a felicidade do ajudar. E nós ajudamos muito, Ver. Estilac Xavier, V. Ex.ª, que é um homem sábio, um filósofo, um grande leitor de muitos autores, um homem culto, quando aqui, como representantes do povo, conseguimos praticar a igualdade, quando nós não espezinhamos o direito dos outros, quando nós conseguimos manter aqui aquilo que nós acreditamos ser a verdadeira justiça, de podermos deixar com que todos possam manifestar seus pensamentos e, só depois disso, tomarmos uma decisão, mas uma decisão bem consciente, porque na verdade nós já ouvimos todos os segmentos que estão aqui sentados e que representam uma camada da sociedade. O que aconteceu hoje aqui, Ver. Sebastião Melo, não foi exatamente isso que nós estamos colocando como se fosse algo inerente ao espírito cristão: justiça, igualdade, respeito ao direito alheio, nada disso aconteceu. O que aconteceu foi egoísmo, vaidade. Se eu vou ter o meu Projeto aprovado, se a minha idéia foi a vitoriosa, se eu já ganhei isso do Executivo, o que mais interessa? Os outros podem ser espezinhados, porque os outros são os outros. Hoje, aqui, a maioria vai vencer. Para que respeitar as minorias? Para que ouvir minorias? Mesmo dentro do espírito cristão, o que interessa é a vaidade da vitória, é o egoísmo de saber que eu ganhei, que eu fui o vitorioso. É assim que muitos companheiros aqui encaram este momento, porque não separam o que é cristianismo e o que é do movimento ateu.

Concluo, dizendo que lamento existirem mais fãs de São Nicolau, do Papai Noel, do que adoradores de Cristo neste Plenário. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, temos a firme convicção de que um Parlamento se afirma no seu contraditório e quando o direito das minorias é respeitado. Por isso ele é o Parlamento, que se afirma na pluralidade e neste bom debate. Vejo que, lamentavelmente, não está sendo esta a vontade da maioria eventual desta Casa, que, de qualquer maneira, de qualquer jeito, quer aprovar o Projeto que, na nossa avaliação, serve muito mais para uma questão propagandista do que para aprofundar uma política de direitos humanos na Cidade. Volto a dizer, Ver. Cassiá Carpes, que não há nenhum Vereador nesta Casa que possa ter qualquer tipo de divergência com qualquer procedimento que venha a contribuir para resgatar o cidadão para o seu dia-a-dia de cidadania, mas a questão aqui colocada não é essa. São quatorze anos em que esta matéria não é tratada. Mas, com os banqueiros foram condescendentes, não cobraram imposto deles!

Cacetada nos camelôs e mãos dadas e salamaleque para os banqueiros! Este é o Governo da Frente Popular! Mas tudo é possível depois que o Presidente Lula nomeou o Sr. Meirelles, o “tucano”, tudo é possível, nada mais é surpresa no PT: a política neoliberal, o discurso de esquerda. Mas, a política é neoliberal, é esta questão que eu quero enfrentar, eu não tenho problema nenhum, Ver. Estilac Xavier, democracia é o voto, sim, da maioria, respeitando as suas diferenças e respeitando o Regimento da Casa.

Eu não vou participar deste processo de votação - estou dizendo aqui desta tribuna - porque me sinto esmagado em um processo em que não se oportunizou a discussão! Não vou legitimar, até porque vou ver se vou tomar outro caminho, porque acho que o Regimento da Casa foi ferido de morte. E se foi ferido de morte e se eu chegar a esta conclusão, eu vou buscar recursos de direito lá na frente. Então, não vou participar deste processo de votação!

Agora, acho que isso não contribui, Ver. Elói Guimarães, a Casa disse lá, no dia 13 ou 14: “Queremos cinco Sessões”, mas o desespero por cargo é tão grande que tem de convocar extraordinariamente para poder acomodar!

Espere, passe o dia 1.º de janeiro! Vamos fazer no meio do mês que vem! “Não, não é possível!”

Então, nós estamos muito preocupados, estamos entrando no novo ano, numa nova gestão nesta Casa. Vi, hoje, que a Diretoria Legislativa não teve isenção! E eu quero deixar registrada esta questão aqui, porque nós vamos ter muitos embates ali na frente!

Então, portanto, nós queremos o equilíbrio, queremos o respeito às diferenças, o respeito às minorias! A questão do pano de fundo não é criar ou não a Secretaria de Segurança e Direitos Humanos. A questão, efetivamente, a resgatar é que, nesses quatorze anos, a Prefeitura, por mais esforço que tenha feito - e pode até ter feito –, ela não priorizou a área social, ela não tem uma política habitacional! Em quatorze anos de gestão, dez mil e quinhentas casas, as pessoas despejadas nas madrugadas, nos finais de semana, crianças na rua, nas sinaleiras! Os camelôs, que há quatorze anos esperam pelo “camelódromo”, isso é falar em direitos humanos, é ir à Praça da Argentina e ver ali a estátua de Jorge Rafael Videla, sanguinário argentino que tem uma estátua dentro de Porto Alegre e que muitas vezes, ...

Uma placa, não é estátua, placa. A placa sensibiliza mais V. Exª. Se for placa do ditador, tudo bem, se fosse estátua, não. Essa é uma questão que não é menor Ver. Juarez Pinheiro, não é uma questão que é menor, essa é uma questão que nós no bojo queríamos discutir. O Substitutivo chegou agora há pouco, mas a maioria, de afogadilho, atropelada, vai aprovar o Projeto, mas eu acho que isso não qualifica a relação desta Casa, da melhoria com essa maioria eventual que pode se constituir em um projeto ou em outro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Sebastião Melo, V. Exª acha que, convocada uma Sessão Extraordinária, Ver. Luiz Braz, é certo que já tem os dezessete votos, surpreende-me, é certo. Estamos falando desta Sessão, tem gente que está fugindo do assunto, tem gente que está escondida aqui, atrás do PT, e tem que assumir a responsabilidade, que vai votar esta Secretaria. Tem gente que vem aqui e fala de outras coisas, mas não fala do que estamos aqui para tratar nesta Sessão Extraordinária, que é a criação da Secretaria de Direitos Humanos e Segurança agora. Tem gente que não está com coragem de assumir, vou ver voto nominal. Aqui tem a relação dos votantes, na oportunidade, de dezessete a dezesseis. Eu vou cuidar, porque tem gente se escondendo. Vem aqui e diz: “Eu voto ‘sim’, ou eu voto ‘não’”, Ver. Sebastião Melo, vem aqui na tribuna e diga: “sim” ou “não”. Mas não se escondam. Tem gente se escondendo. Essa é a realidade. Não adianta puxar para lá, puxar para cá, na hora de votar vai aparecer no painel.

Não é momento desta Secretaria ser criada, todo mundo sabe. Para que este barulho todo, para que este afogadilho, para que esta pressão neste Plenário? Olha que nós estamos aqui com coragem para dizer “não”, Ver. Luiz Braz, viemos aqui para dizer “não”, tem gente que não veio, não teve coragem, mas quem está aqui deve dizer ou “sim”, ou “não”. Isso que nós queremos, o Vereador vai ter que assumir. Para que essa pressa? Final do ano, mais uma Secretaria para dar cargos, para dar CCs? Vamos desenvolver esse raciocínio com calma no ano que vem. Nós somos a favor da Secretaria de Direitos Humanos, mas não de forma apressada. Por que isso? Estou votando “não”, porque não estou entendo o porquê da pressa da criação desses cargos assim, no final do ano, numa virada de ano. É isso que não entendo, e a maioria, não sei se há maioria aqui, está indecisa. Nós temos de ir com calma, desenvolver, não passou pelas Comissões, houve uma Mensagem Retificativa, a partir de novembro, e o Projeto veio em abril, nem o Governo Municipal tinha a noção exata do que queria aprovar. Nada contra a Ver.ª Helena Bonumá, que é uma pessoa que nós admiramos, mas, infelizmente, ela está nessa encruzilhada junto conosco.

Nós gostaríamos de, no ano que vem, trabalharmos juntos, com consciência, convocando todas as entidades, vendo os prós e os contras com calma. Que nós possamos, no ano que vem, desenvolver um raciocínio com as comunidades, até corrigir alguma coisa que tenhamos agora, nessas emendas, cometido erros.

Uma hora é oposição, outra hora não, outra hora parece que vai, mas não vai. Nós poderíamos desenvolver melhor o raciocínio de criação de uma Secretaria de Direitos Humanos que fosse ótima para nós, Ver. Paulo Brum, principalmente para V. Ex.ª que defende as pessoas mais necessitadas nesse campo de ação, que nós pudéssemos envolver mais os trinta e três Vereadores no sentido de darmos, quem sabe, uma participação maior de emendas, corrigirmos algum detalhe que ainda não conseguimos definir por causa dessa pressa. Esse é o meu pensamento, eu posso até estar errado, mas tenho a convicção de que, no momento, não. Neste momento, entendemos que está tudo evoluindo muito apressadamente, porque estávamos no recesso e aí muitos Vereadores agora vão ser obrigados a mudar de voto, em uma circunstância até constrangedora. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, distinto público que assiste a Sessão, vários cidadãos e cidadãs desta Cidade, que estão interessados na matéria da constituição da Secretaria de Direitos Humanos. Primeiramente, eu gostaria de registrar um desagravo às ilibadas funcionárias da Diretoria Legislativa, que têm tantas vezes servido para o bom desempenho do nosso trabalho aqui nesta Casa, não quer dizer que nós tenhamos tido em muitas oportunidades as mesmas opiniões, mas assacar aqui desta tribuna, pelo direito que foi dado pelo voto, a uma acusação contra um grupo de funcionários que exercem o seu papel há muitos anos nesta Casa, não é correto. Qualquer paixão política, por maior que seja, não pode de forma alguma levar a se fazer considerações as que foram feitas aqui, contra os membros da Diretoria Legislativa. Isso não engrandece o autor, e, sinceramente, maculam de forma indelével, inclusive os próprios objetivos do pronunciamento que o autor fez aqui. Ver. Pedro Américo Leal, não sustentamos nossas opiniões fazendo ataques como os que foram feitos. Então receba a Diretoria Legislativa o desagravo da nossa Bancada em relação ao que foi dito aqui pelo Ver. Sebastião Melo, que se retirou dizendo que não irá votar a matéria, e que matéria nós estamos votando aqui?

Nós estamos votando uma matéria aqui, Ver. Pedro Américo Leal, que tentou sintetizar duas discussões, que nesta Casa já tem largo período, e que tem sensibilizado tantos Vereadores que poderiam se despir de matéria oposicionista para perceber o que é bom para o Município. O que o Prefeito está propondo não é interesse do Prefeito, é interesse para o Município. Aqui houve discussões e aprovações, inclusive com debate profundo, em relação à Secretaria de Segurança, e a Casa aprovou, mas a Prefeitura tinha uma opinião diversa. Quantas vezes discutimos aqui, Ver. Haroldo de Souza, sobre as questões das crianças, dos adolescentes, da violência contra as mulheres, quantas vezes Ver. Cassiá, V. Exa. que é um homem ligado ao esporte, se pronuncia, aqui, a respeito da necessidade de práticas sadias para a nossa juventude, e a nossa Secretaria, que vem aqui para dar materialidade a um dos mais belos momentos da nossa “Constituição Cidadã”, dos direitos e garantias individuais, aqui estão escritos, coisas que elevam o homem, por falar em momento natalino, Ver. Luiz Braz, a sua condição mais ilustre na face da Terra, este dispositivo da Constituição que fala dos direitos e garantias individuais, que diz que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantir-se aos brasileiros, aos estrangeiros, residentes nesta Pátria querida, a inviolabilidade no direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade nos termos da lei. E aqui fala na proteção aos menores, da proteção às mulheres, ao trabalho, aos idosos, do direito da inviolabilidade, o direito à privacidade, o direito à segurança e à liberdade. E esta Casa está discutindo o quê? Se esta Comissão tem significado, existência ou não? É evidente que tem, porque ela quer materializar, em nível de Município, preceitos que dignificam a existência humana; fala da questão social.

Ora, Srs. Vereadores, vir aqui debater nos termos em que foram colocadas as questões não é correto, é uma forma chula, desqualificada dizer que o Prefeito quer votar cargos para A ou B. Convenhamos, Srs. Vereadores, como é que pode tratar-se de uma questão deste mérito com este tipo de argumento, como se isso tivesse ressonância na sociedade gaúcha, e em especial na porto-alegrense? Nós estamos falando aqui na materialidade de um dos títulos mais importantes da Constituição Brasileira, que é dos direitos e das garantias fundamentais e individuais. A Comissão de Direitos Humanos, que fez uma fusão junto com a segurança desses elementos, é o que está aqui em jogo, em discussão. O resto é indisposição política que às vezes desqualifica o debate e não enobrece o conteúdo da matéria que vai ser apreciada pelos Vereadores.

É bom para Porto Alegre que se vote a Comissão, não por interesse do Prefeito, mas para ampliar e aprofundar aquilo que Porto Alegre vem há muito tempo fazendo, desde muitas gestões passadas, não só nas gestões do PT, fazer com que esta Cidade valorize a vida e a liberdade. Por isso é que o meu Partido, a nossa Bancada vai encaminhar favoravelmente o Projeto, conforme a convocação extraordinária do Sr. Prefeito. Muito obrigado

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Nós queremos apregoar o Requerimento, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, Líder da Bancada do PDT. (Lê.)

“Tem este o objetivo de comunicar a substituição de indicação da Bancada do Partido Democrático Trabalhista na composição das Comissões Permanentes desta Casa, da seguinte forma:

O Ver. João Bosco Vaz integrará a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento do MERCOUSL e o Ver. José Fortunati integrará a Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação.”

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, tudo que é votado aqui no Plenário só pode ser alterado - eu não tenho nada a ver com a troca - a partir de nova votação deste Plenário, porque do contrário, daqui a pouco, outros Vereadores vão querer fazer alteração e não pode ser assim.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, tendo em vista a importância da matéria e para não ficar dúvidas ou pairar qualquer problema, sugiro que V. Ex.ª submeta à votação o presente Requerimento, com urgência, porque este assunto tem que ser resolvido. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vereador, é o que esta Mesa vai fazer.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que solicita alteração do Ver. João Bosco Vaz pelo Ver. José Fortunati, troca de Comissão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. Carlos Alberto Garcia que preside os trabalhos, demais Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem aqui, lideranças da luta pelos direitos humanos e todos os que nos assistem nas suas residências, queríamos, em nome da Bancada do Partido Comunista do Brasil, o PC do B, manifestar de forma clara e veemente o apoio da nossa Bancada, não só à votação, no dia de hoje, deste importante Projeto que cria a Secretaria dos Direitos Humanos e agora, complementada, da Segurança Urbana, como também ao conteúdo deste Projeto.

Queria lembrar que este Projeto está aqui desde abril de 2002. Portanto, nenhuma entidade de direitos humanos pode vir, neste momento, a esta Casa dizer que quer tempo ainda para pensar. Seriam entidades de direitos humanos muito sui generis, que durante quase um ano não opinaram, ou nada vieram dizer aqui. E somente agora que está em votação, numa Sessão Extraordinária, acordaram para a realidade dos fatos. O que houve com a Mensagem Retificativa não alterou o conteúdo da Secretaria de Direitos Humanos, agregou e acrescentou um outro conteúdo, que é o da Secretaria de Segurança, trazida através de Emenda do Ver. Nereu D’Avila. E aí, aqueles que esbravejam aqui neste microfone, que querem ver os dezessete que votaram contra, e que agora vão votar a favor, eu pergunto: eu quero ver os que votaram a favor da Secretaria da Segurança, há poucos meses, num Projeto que tinha vício de origem, e agora vão votar contra. Isto sim é incoerência, porque há incoerência no conteúdo, e eu quero dizer que nós temos na mão, evidentemente, esse voto. Então vamos ver a coerência. Porque votar a favor da Secretaria da Segurança num Projeto que tinha vício de origem, e agora que nós podemos concluir uma votação, que cria a Secretaria da Segurança e dos Direitos Humanos, agora são contra. Aqui está a incoerência. Esta incoerência que nós estamos cobrando aqui.

Segundo: queríamos dizer que em boa hora combinou-se direitos humanos e segurança, é uma questão de concepção do que é segurança. Eu estou longe daqueles que pensam que a segurança é contraditória com direitos humanos, Ver. Goulart, ao contrário, só existe verdadeira segurança pública se os direitos humanos forem respeitados. O direito ao trabalho, o direito à saúde, a uma vida digna, o direito, enfim, à educação e tudo mais que é necessário. Portanto, o direito da mulher, o direito do negro, o direito dos portadores de deficiência, o direito das profissionais do sexo e tudo o mais, ou seja, não é possível segurança nesta Cidade, se não houver o respeito aos direitos humanos. Então, onde está a contradição? Por que são contra? Se surge de um Vereador de oposição, são a favor; se surge do Governo, são contra. Ver. Luiz Braz, o senhor votou a favor da Secretaria de Segurança. Queremos coerência do senhor, que vote agora na Secretaria de Direitos Humanos e da Segurança.

E não é preciso falar muito, uma Secretaria para controlar, desenvolver, aplicar políticas públicas voltadas para salvaguardas dos direitos das mulheres, dos negros, das crianças e dos adolescentes, dos idosos, dos portadores de deficiência, dos portadores de sofrimento psíquico, dos moradores de rua, dos indígenas, dos egressos do sistema prisional, profissionais do sexo, portadores do HIV, AIDS, vítimas da violência, políticas afirmativas, projetos na área da saúde, Ver. Dr. Goulart, projetos na área de educação, da geração de renda, do resgate da memória, assim por diante. Portanto, creio que esta Casa terá a grandeza, com toda a certeza, de aprovar um Projeto tão meritório. É claro, a prática vai nos permitir futuramente aperfeiçoar este Projeto que já está há meses, Ver. Braz, aqui e o acréscimo é a área de segurança, a que o senhor votou a favor no Projeto do Ver. Nereu e que nós só não pudemos votar pelo vício de origem, mas que, no conteúdo, tínhamos concordância. Portanto, há uma confluência do interesse da Casa, do interesse da cidadania, do interesse do Governo. Isso não é novo, na verdade, basta ver a I Conferência Municipal de Direitos Humanos, em 1998; o Conselho de Cidadania contra Discriminação e Violência, em 2000; a contratação pelo Governo Municipal do Dr. Luiz Eduardo Soares, o Projeto Piloto na Restinga. Então, são tudo esforços para a questão dos direitos humanos e da segurança nesta Cidade. Por isso, mais uma vez digo: o PC do B votará a favor, coerente com a sua caminhada em defesa dos direitos humanos e em defesa da segurança para o nosso povo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1361/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/02, que cria a Secretaria Municipal de Direitos Humanos, extingue Cargos em Comissão constantes nas Leis n.os 6.203/08 e 6.310/88, respectivamente os Planos de Carreira do DMAE e DEMHAB e cria Cargos em Comissão e Funções Gratificadas na Administração Centralizada e dá outras providências. Com Mensagem Retificativa.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, III, da LOM

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 09-12-02.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLE n.º 038/02. Discutiram a matéria em 12 de dezembro de 2002 os seguintes Vereadores: Adeli Sell, Reginaldo Pujol, Maristela Maffei...

 

O SR. LUIZ BRAZ: É uma vergonha o que está acontecendo aqui hoje.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Ver. Luiz Braz, V. Ex.ª pode esbravejar, até quero ouvir V. Ex.ª, Vereador.

 

(Manifestação fora do microfone do Ver. Luiz Braz.)

 

Por gentileza, Ver. Luiz Braz, qual é a reivindicação que V. Ex.ª está fazendo? V. Ex.ª esbravejou, mas eu não consegui ...

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós fizemos uma discussão no período ordinário. Esta aqui é uma convocação extraordinária. V. Ex.ª está lendo os nomes dos Vereadores que discutiram a matéria naquele período ordinário e nós sabemos do nosso Regimento, porque no nosso Regimento o Vereador só pode discutir duas vezes a matéria: no tempo dele e num tempo cedido por outro Vereador. E V. Ex.ª não pode, de forma nenhuma, fazer alusão àquela Sessão. Está zerado, nós começamos todo o processo novamente.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Eu vou ouvir a Diretoria Legislativa.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, um outro questionamento além, porque, se zerou o adiamento, é natural que zerou para a discussão também. A segunda questão é que este Projeto estava na Ordem do Dia da Sessão Ordinária por força do art. 81. A indagação que faço é a seguinte, é um questionamento que faço a V. Ex.ª para que ouça a Procuradoria e a Diretoria Legislativa, que estão presentes aqui, nos seguintes termos: se zerou o processo, o pedido do art. 81 existia para aquele momento processual, logo, neste momento, não há mais o art. 81 e deve haver parecer para a votação deste Projeto, o que pode ocorrer no período extraordinário. É a indagação que submeto a V. Ex.ª

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu tenho dúvidas sobre essa questão de quem já discutiu o Projeto, mas o que preside é o Regimento. O que o Regimento disser temos de cumprir.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vereador, durante toda esta tarde esta Presidência tem-se baseado nas orientações da Diretoria Legislativa e da Procuradoria. E é o que vamos fazer de forma imediata. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h59min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia – às 18h): Estão reabertos os trabalhos.

Respondendo às Questões de Ordem, primeiro com relação à solicitação do Ver. Isaac Ainhorn, a Diretoria Legislativa informa que o presente Requerimento estava na Ordem do Dia pelo art. 81. Portanto, não existe a necessidade de formulação de novos pareceres. E em relação à questão da discussão ficou uma dúvida e esta Presidência, então, defere para que todos os Vereadores possam discutir a matéria.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE n.º 038/02.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Carlos Alberto Garcia, presidindo esta Sessão, V. Ex.ª, como uma dádiva, dá aos Srs. Vereadores o direito de discutir, o direito de cada um poder usar a sua palavra num Parlamento, porque se não fosse a sua generosidade, nós, hoje, aqui, não poderíamos nem mesmo discutir esta vergonha que está acontecendo aqui neste Parlamento, de nós sermos praticamente obrigados a votar uma determinada matéria que não está ainda, na verdade, estudada pelos Srs. Vereadores! Não está estudada pelos Srs. Vereadores!

Eu digo o seguinte, Ver. Pedro Américo Leal, Ver. Nereu D’Avila, vou me dirigir especialmente a V. Ex.ª, que é um amigo que tenho há muito tempo aqui nesta Casa. Mas, eu me lembro que, na Comissão de Justiça, quando nós discutíamos a Mesa Diretora desta Casa, quando este Vereador propôs, no meio da Sessão, no meio daquela reunião nossa, que tentássemos uma negociação para tentarmos resolver aquele assunto e V. Ex.ª tinha um Parecer formulado, que estava sendo analisado, e eu interrompia o Parecer de V. Ex.ª pedindo que houvesse uma negociação, V. Ex.ª disse para este Vereador que eu estava fazendo um conchavo, foi o termo que usou V. Ex.ª. E eu disse para V. Ex.ª: “É tão sinal, Ver. Nereu D’Avila, que eu não estou fazendo nenhum conchavo, que eu retiro esta minha intenção de nós negociarmos e, independente de qualquer resultado, vou votar no Parecer que V. Ex.ª deu, porque escolhi V. Ex.ª como o relator da matéria.”

E o que está acontecendo hoje aqui, Vereador, é exatamente o que V. Ex.ª dizia que eu estava fazendo lá na Comissão de Justiça, o que está acontecendo hoje aqui é um conchavo. Um conchavo, Vereador, é quando nós, para atendermos aos nossos próprios interesses acabamos, de repente, prejudicando interesses de outros tantos, mas nos ligamos aos interesses da maioria, porque vai fazer com que o nosso interesse prevaleça. É o que está acontecendo aqui, hoje. V. Ex.ª não pode retirar, eu tenho certeza absoluta, do meu pronunciamento, essa palavra, porque é exatamente assim.

A Secretaria de Segurança foi votada aqui na Casa num Projeto de V. Ex.ª, e foi uma autorização, porque nós votamos favorável à autorização de V. Ex.ª para a Secretaria de Segurança, e o Prefeito não quis, naquela oportunidade, adotar. Ele adotaria ou não porque era uma autorização. V. Ex.ª, para ver cumpridos aqueles requisitos daquela Secretaria de Segurança que V. Ex.ª colocava em votação, conchavou com o Executivo e com a bancada situacionista para que este Projeto, hoje, aqui, pudesse ser aprovado com acréscimo daqueles itens da Secretaria de Segurança de V. Ex.ª. Isso é um conchavo! Isso é um conchavo. Eu vou dizer que é ilegal? Não, não é. É ilícito fazer isso? Não é. Só que eu posso confessar para todos os senhores: eu tenho vinte anos - assim como o Ver. Nereu D’Avila vai completar vinte anos, nesta Casa aqui -, ninguém pode me acusar de eu ter tido algum tipo de atitude como essa, prejudicando qualquer companheiro da oposição. Eu tenho vinte anos aqui nesta Casa, jamais prejudiquei qualquer companheiro de oposição, prejudiquei-me muitas vezes em votação, retirando as minhas propostas, retirando meus projetos, mas para fazer com que a oposição pudesse, de alguma forma, ter condições de atuar aqui para fazer frente à situação. Eu tenho aqui todos os atos de todos esses anos, realmente, para justificar o que eu falo.

Sinto que, hoje, não adianta argumentar a respeito absolutamente de nada. Eu gostaria, e falei para a Ver.ª Helena Bonumá, de ter submetido à minha comunidade este Projeto, eu gostaria de ter discutido com a minha comunidade este Projeto, eu gostaria de ouvir o pensamento do Jair Krischke, que há muito tempo lidera este Movimento de Justiça e Direitos Humanos, sobre a criação desta Secretaria. Eu gostaria de ouvir todas essas pessoas para que nós pudéssemos aqui, Ver. Pedro Américo Leal, votarmos de uma maneira coerente esta matéria, e dizemos que realmente nós cumprimos o nosso papel, realmente nós aqui assumimos o papel de representantes desta sociedade.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Bosco Vaz inscreve-se e cede seu tempo ao Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Bosco Vaz, eu agradeço a V. Ex.ª pela deferência de poder prosseguir aqui na tribuna, mas eu não vou ficar aqui durante cinco minutos, porque não adianta. Se adiantasse nós argumentarmos....

Eu falei com a Ver.ª Clênia Maranhão, a qual tem um argumento que acredito ser o mais justo de todos os que ouvi. Ela presidiu a Comissão de Direitos Humanos aqui na Casa, discutiu este assunto dentro dessa Comissão e acabou acertando que seria melhor a criação de uma Secretaria. Ora, ela está absolutamente certa de que o seu voto vai ser realmente um voto em prol, em benefício da sociedade. O Ver. Nereu D’Avila discutiu a sua Secretaria. Tenho certeza absoluta de que a maioria dos Vereadores não sabe dos efeitos que vai causar a Secretaria dentro da sociedade. O meu amigo, Ver. Haroldo de Souza, disse que sabe. Claro que sim, são os efeitos que nós todos sabemos, que são apenas efeitos políticos; não é uma secretaria que vem para defender nenhum tipo de direito humano, porque, se fosse assim, se viesse aqui em defesa dos direitos humanos, Ver. Cassiá Carpes, nós estaríamos pelo menos sendo ouvidos, ou pelo menos deixariam que os segmentos que nós representamos aqui fossem ouvidos, e eu represento um segmento lá do Bairro Partenon, lá do Bairro Glória. Há os segmentos também de outras regiões da Cidade. Então, os segmentos que represento aqui, acredito que deveriam ser ouvidos, mas não estão sendo ouvidos e não vão ser ouvidos, porque os cargos já estão criados, já estão distribuídos; as funções já estão, praticamente, certas; os benefícios, já se sabe quem vai ter, e a população não vai ter benefício, porque, se o Governo quisesse respeitar os direitos humanos, não precisaria de nenhuma secretaria para fazer respeitar direitos humanos; poderia, durante todo esse tempo, agir de modo a que todos os cidadãos desta Cidade pudessem realmente ter direito à voz e serem ouvidos, se realmente o PT quisesse que todos pudessem ter os seus direitos humanos respeitados. Mas nem sempre foi assim, infelizmente, nem sempre foi assim. Então, eu realmente não quero mais voltar aqui a esta tribuna para discutir esse assunto, mas lamento que esta Casa esteja decidindo esse assunto desta forma. Eu acredito que não é uma forma nobre de nós terminarmos este ano; acredito que não é a melhor forma de nós fazermos com que esta Casa se submeta ao Poder Executivo. Nós estamos, hoje, aqui, fazendo uma submissão. Ver. Pedro Américo Leal, eu me dirijo a V. Ex.ª, porque temos discutido, de vez em quando, esses fatos. Enquanto os legisladores agirem dessa forma, tratando o Poder como se fosse apenas um segmento a mais do Poder Executivo, e nós aqui fazendo aquilo que o Poder Executivo acha que é bom fazer, de repente, a Mesa Diretora é assumida aqui por alguém que pertence a esse segmento e pronto. O Regimento da Casa é rasgado; nós somos espezinhados; e nada mais vale, só vale aquilo que foi mandado fazer através do Executivo. O Executivo mandou que esta Casa fizesse esse ato, e esta Casa vai fazer, porque esta Casa, há muito tempo, só se submete àquele Poder. É por isso que nós vivemos aqui numa ditadura, porque este Poder não é Poder. Este Poder, na verdade, se amesquinha, se apequena, se amedronta, ele não tem a coragem de fazer o enfrentamento necessário, e aí as leis saem, muitas vezes, deformadas, como vai sair deformada esta daqui, porque ela não foi devidamente discutida. Foram ouvidos alguns segmentos, segmentos que interessavam. Os outros segmentos ficaram atirados do lado, porque, afinal de contas, os direitos humanos são só para os que seguem realmente a idéia do Governo. Os outros não merecem ter respeitados os seus direitos humanos, até porque os nossos próprios companheiros entendem assim.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLE n.º 038/02.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, Sr.ªs e Senhores, em primeiro lugar, como representante da Bancada do Partido dos Trabalhadores, nós queremos aqui, publicamente, fazer um reconhecimento sobre um momento muito importante de discussão que teve a contribuição do Ver. Nereu D’Avila. Foi apreciada nesta Casa a Secretaria de Segurança Pública, votada, e hoje, com a Emenda ao Substitutivo, podemos agregar, e foi de fundamental importância para a votação que teremos em seguida. Então, eu queria fazer, em nome da Bancada do Executivo Municipal de Porto Alegre, o nosso reconhecimento público.

É verdade que não é o momento de entrarmos em provocações, mas também não dá para deixarmos de dizer algumas coisas, porque acho que tem uma vergonha dita nesta tribuna, que não podemos deixar de explicitar, seria muito vergonhoso para esta Casa deixar de votar este Projeto, onde recuperamos o intercâmbio pela vida, não apenas desta Cidade, mas ou por não ter conhecimento histórico do Ver. Luiz Braz, ou por pura oposição. Por que digo isso? Porque um Parlamentar que diz ter vinte anos de Casa, que tem vários segmentos ligados a comunidades carentes e necessitadas de Porto Alegre, não ter discutido até hoje sobre este tema, ou não ter tido retorno, vou deixar as considerações para o público que está nos assistindo em casa e para os que aqui estão.

Gostaria também de dizer aos senhores que a questão dos direitos humanos não tem dono, não importa se é um nome mais renomado, ou se é a pessoa mais simples que está na vila quando ela luta por saneamento, saúde, educação ou pela questão da violência doméstica contra as mulheres, a discriminação racial, a livre orientação sexual e tantas outras questões que discutimos aqui. O que importa é a vontade política e a vontade de uma cidade que se debruçou não apenas porque é o Partido dos Trabalhadores e a Frente Popular, porque aqui se agregam todos, inclusive o renome que está na Casa neste momento, que tem o seu valor na história e, com certeza, vai aplaudir junto conosco quando for aprovada a Secretaria. Sempre respeitei o Sr. Krischke, e tenho certeza de que o senhor não nos decepcionará neste momento, vai se juntar a milhares de pessoas que acreditam que a vida humana é sagrada, que acreditam que um país, não apenas o nosso País, mas onde a inversão dos valores está numa pirâmide social, onde aqueles que mais precisam, nós sabemos, não é apenas de uma Secretaria. Mas essa Secretaria vai dar visibilidade e vai colocar em prática um desafio para que cada segmento possa, sim, estabelecer correlações diferenciadas que tivemos até aqui.

Uma coisa é apoiar; uma coisa é querer; outra coisa é enfrentar, é o fazer. Não é distribuindo quilos que se resolve a questão da condição humana. Não é mantendo o povo na miséria que muitos e muitos políticos, tradicionalmente, neste País e no mundo, têm exercido essa forma de olhar apenas com esse tipo de caridade. Essas pessoas não precisam de migalhas, não precisam de pena; elas precisam é de dignidade. E essa Secretaria foi, sim, discutida em cima da dignidade e do resgate de cada cidadão, de cada cidadã que precisam, sim, dessa visibilidade, para colocar em prática a sua luta e a sua dignidade.

Por isso, Ver. Luiz Braz, eu ainda tenho esperança de que V. Ex.ª mude de voto até o final desta Sessão, porque V. Ex.ª é um homem público, e, com certeza, nos seus vinte anos que V. Ex.ª diz ter nesta Casa, em algum momento, se puxou essa discussão nas suas comunidades. Com certeza, esse povo deve estar clamando pelo seu voto e pelo seu comportamento que, com certeza, será o comportamento da grande maioria desta Casa, que quer, sim, a votação deste Projeto.

Eu apelo a V. Ex.ª, eu acredito na sua bondade e no seu coração, assim como fizemos o reconhecimento público ao Ver. Nereu D’Avila, porque isso tem que ser a grandeza de cada homem e de cada mulher, reconhecer no contraditório aquilo que ele pode somar com a gente. Essas eram as nossas considerações como Bancada do Partido dos Trabalhadores, porque acreditamos que todos nós sairemos vitoriosos. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLE n.º 038/02.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu disse a um amigo, pessoa que estimo, das dificuldades que tinha, que tenho, que possuo em votar favoravelmente a matéria. Devo dizer que a matéria está aprovada, mas eu já havia, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, feito algumas reflexões sobre esse assunto e quero dizer que em matéria de administração e direitos humanos nunca se viu tão mau gestor em matéria de direitos humanos de Porto Alegre quanto o Governo Municipal. Até não é o atual Prefeito. Mas durante um período aí se fez a gestão muito equivocada dos direitos humanos.

Ora, vejam V. Ex.ªs, o Movimento de Justiça e Direitos Humanos, presidido pelo Jair Krischke, é um Movimento que tem o cunho, por assim dizer, o quilate, o alto coturno internacional. O Movimento de Justiça e dos Direitos Humanos, presidido pelo Jair Krischke, é conhecido no mundo inteiro. Pois este está fora do Conselho de Direitos Humanos de Porto Alegre, e nunca foi possível, não teve competência, o Governo Municipal de, exatamente, colocar o Movimento de Justiça e Direitos Humanos numa parceria para resolver os mais diferentes problemas. Então a tragédia, a gestão dos Direitos Humanos, por parte do PT em Porto Alegre, é da Administração. Como é que se compreende que um Movimento que tem uma prestação de serviços à história mais difícil deste País, tenha sido alijado, incompreendido, etc. e tal.

Então, aí o Governo tenta contrabalançar essa situação criando uma Secretaria, por assim dizer fechando num organismo. Isso que na minha opinião está permeabilizado pela malha administrativa. Todas as secretarias e órgãos, os direitos humanos permeabilizam, porque se trata de uma questão que todos os órgãos, todas as secretarias, órgãos governamentais, não-governamentais são permanente e diariamente convocados a ter postura e políticas em função dos direitos humanos.

Então, o Governo tenta criar, eu nem diria, eu gostaria de dizer aqui, não é para fazer acomodações, absolutamente não, não é para fazer acomodações administrativas, porque nesse sentido ele poderia dotar de outros instrumentos e vir à Casa e dizer: “Olha, eu preciso fazer a expansão da máquina administrativa e resolver”, tudo bem. Não, absolutamente não. É exatamente para politicamente ofertar à sociedade, passar à sociedade as preocupações da Prefeitura Municipal com os direitos humanos, que não teve, ao longo do tempo, pelo contrário, ofereceu as mais diferentes contradições às questões mínimas levadas pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos, liderado pelo Jair. Não implementou as questões mínimas, então perdeu, desqualificou-se, perdeu a autoridade para tratar dessas matérias. Agora quer a Secretaria. Por outro lado, eu entendo até que o Prefeito, como Chefe do Executivo, é da sua competência criar os instrumentos que entenda de criar, todavia acho que não há substrato, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para justificar, sob esse enfoque que estou a fazer, a criação da referida Secretaria, no sentido de resgatar uma contradição que, ao longo do tempo, o Governo Municipal não teve competência de administrar, alijou, colocou à margem um dos movimentos conhecidos internacionalmente, liderado também por alguém que é conhecido internacionalmente pelos serviços que prestou à nossa Pátria nos momentos mais difíceis, que foi o Jair Krischke. Agora cria a Secretaria tentando, talvez, quem sabe pensando que vai acontecer de dar uma resposta a esse quadro de má gerência da política para os direitos humanos em nossa Cidade. Portanto, eu, com a vênia até do meu amigo que me pediu, isso é uma coisa muito natural que aconteça, vou votar evidentemente contra a criação da Secretaria.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLE n.º 038/02.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, amanhã é Natal, amanhã, à noite, é véspera de Natal, 24 para 25. Nós festejamos no Natal o aniversário de Cristo. Um momento de solidariedade importante. Que Cristo nasça no coração de todos!

Também no Natal costuma-se dar presentes, e eu vejo que este Projeto prevê também dar presentes, porque cria para a Secretaria de Direitos Humanos trinta e cinco cargos: vinte e um de provimento efetivo, sete CCs – eram dez, mas extingue três – e mais sete FGs. São trinta e cinco cargos! Como eu fui relator do Orçamento, tive o cuidado de verificar na LDO de 2001 para 2002 e nada consta, Ver. Luiz Braz, na LDO, que vai ser criada a Secretaria de Direitos Humanos. Portanto, ela não pode ser criada este ano, porque não tem previsão legal e muito menos orçamentária. E nós estamos vendo aqui que o impacto financeiro para 2002 é de 244 mil reais, mais um acréscimo feito pelo Sr. Prefeito de 73 mil reais, porque se criaram mais cargos. Então, trezentos e poucos mil reais para 2002, Vereador. E não consta na LDO de 2001 para 2002, nada consta. Consta na LDO de 2002 para 2003. Isso sim. Então, ela tem de ser criada no ano que vem, porque neste ano não há previsão legal e nem orçamentária. Ela é contrária ao interesse público. Vejam bem, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, o que nós vamos votar. Algo que contraria a legalidade, estamos falando em direitos humanos e estamos ferindo direitos constitucionais, direitos da Lei de Responsabilidade Fiscal, que é muito clara, estamos cometendo uma ilegalidade afora criando trinta e cinco cargos.

Para que o Projeto seja aprovado fundiu-se a Secretaria de Direitos Humanos com a Secretaria de Segurança, uma Secretaria importante e necessária, mas, aqui no Projeto não diz que se forem trinta e cinco funcionários para os direitos humanos não tem nenhum alocado para a Secretaria de Segurança. Ver. Ervino Besson, para os fóruns regionais de segurança também não tem nenhuma alocação de funcionários. E também o Sr. Prefeito, quando fez, recentemente, a reforma do secretariado, anunciou que a Secretaria seria criada e já indicou a Ver.ª Helena Bonumá, que aqui está presente, para ser a Secretária. Ou seja, atropelou, desrespeitou esta Casa, já indicando quem seria a titular do cargo. Esta Casa ainda não tinha apreciado a matéria e já havia sido indicada a titular. Ou seja, “passou de trator por cima da Câmara”, constrangeu a nossa Câmara.

Ora, senhoras e senhores, é uma pena, estamos no fim do ano, ano de solidariedade, mas, parece, a solidariedade é para alguns. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para discutir o PLE n.º 038/02.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Vereadores, Vereadoras, amigos que estão aqui presentes, pessoas que nos acompanham pela televisão, ouvi tudo, durante toda a tarde de hoje, atentamente, quer daqui da minha cadeira de Vereador, como também em meu gabinete. Parece que é preciso vir aqui neste microfone e dizer que somos favoráveis aos direitos humanos, para valer. Porque, se não vier aqui e disser: “Olha, eu sou favorável aos direitos humanos”, não vale, somos contra os direitos humanos. E, me parece, que nenhum ser humano é contrário aos direitos humanos.

O que me assusta na política é a variação rápida de bancadas no conchavo, no jogo político, isso me assusta, me deixa realmente preocupado com o destino de Parlamentos, não deste, mas de todos aqueles que, depois que eu entrei na política, me preocupei e faço questão de acompanhar, que é o municipal, o Estadual e o Federal.

O Projeto que eu apresentei aqui para a retirada dos meninos de rua, que era em concordância com o Prefeito Tarso Genro, não teve nenhuma guarida do Partido dos Trabalhadores! Naquele momento, retirar menino e menina de rua não fazia parte dos direitos humanos! Naquele momento, no entendimento do Partido dos Trabalhadores, criança de rua não é humana, não é um ser humano! É o que eu passo a entender depois de tudo o que eu ouvi e de tudo o que eu acompanhei neste ano legislativo.

Afora o ferimento escancarado - e isso não é problema para mim, mas que foi denunciado aqui pelos Vereadores Sebastião Melo e o Luiz Braz, do Regimento da Casa, Ver. João Antonio Dib, preciso a respeito disso - eu não senti convicção numa Bancada que vai votar favorável a essa Secretaria, e eu dou nome aos bois: a Bancada do PDT! Eu não senti, assim, convicção, fui conversar com um por um, olhando olho no olho, para saber, com exceção do Ver. Ervino Besson, que eu não perguntei por que iria votar, meu amigo Besson, na Secretaria dos Direitos Humanos. Aqueles com quem eu conversei, não senti uma firmeza no seu voto, não. Então, a conclusão a que eu estou chegando é que, mais uma vez, o PT, o Partido dos Trabalhadores, dá de relho em todos nós, na sua organização, na sua mobilização e no seu trabalho. Parece que o placar será dezenove votos e, com certeza, não vai ter o meu voto!

Eu não sou contrário aos direitos humanos, pelo amor de Deus, jamais! Eu vim aqui para dizer isso, porque, senão, parece que não vale! Agora, eu sou contra o jogo político, eu sou contra uma Secretaria que vem encomendada, única e exclusivamente, direcionada no campo político, exatamente naquele campo das idéias, em que tenho as minhas dúvidas, quando se diz “sim” ou “não”. E nem digo abstenção, porque não faço uso dessa palavra.

Agora, a criação de trinta e cinco cargos... Tem dinheiro para criar cargos? Ótimo! Mas, não tem dinheiro para tirar as crianças de rua? Eu repito, mais uma vez, nós somos um bando de incompetentes, enquanto as crianças continuarem nas ruas de Porto Alegre! Meu abraço carinhoso àquele que precisa ser respeitado, como realmente o defensor dos direitos humanos, Dr. Jair. É em nome dele que eu estou votando “não” à Secretaria, com a minha convicção de homem e de opositor nesta Casa! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Concluindo o processo de discussão. Em votação o PLE n.º 038/02. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ao longo de trinta e quatro anos, convivi com o Executivo Municipal em Porto Alegre. Entrei na Prefeitura na folha, eu era operário, na realidade eu fazia topografia. Saí de lá Prefeito. Nesses trinta e quatro anos, desde que as secretarias foram criadas, em 1956, portanto convivi trinta anos com dez secretarias, e a Prefeitura andava bem, andava muito bem, sem nenhum problema, sem nenhuma dificuldade, a não ser a falta de dinheiro que hoje sobra na Prefeitura e é colocada em CDBs. E aí não se faz nada que assegure os direitos humanos, porque não estão cumprindo com o seu dever que é colocar o dinheiro do povo em obras e serviços, não estão fazendo isso. Mas os prefeitos criaram mais secretarias nos últimos dez ou doze anos. O que resolveram de problemas para a Cidade? Secretaria de Esportes, fecharam os campos de futebol, e por aí eu poderia dizer.

Mas o Prefeito, no momento em que deixava a cidade de Porto Alegre, que ele jurava dirigir por quatro anos, mandou uma Mensagem criando mais uma Secretaria, e dizia ele que eram poucos os cargos, para que... “A promoção da igualdade, através de políticas públicas de inclusão social, ao mesmo tempo em que se cria mecanismo de controle de gestão participativa do Estado. Acresça-se, por oportuno, que a criação da Secretaria de Direitos Humanos terá sua necessidade pessoal suprida basicamente pelo remanejamento dos servidores que atualmente exercem as suas atividades junto à Assessoria dos Direitos Humanos do Gabinete do Prefeito, acarretando a criação de apenas cinco cargos de provimento efetivo.” Não era verdade, porque a Mensagem Retificativa do Prefeito criava muito mais cargos. Então, não se resolve problema social, não se assegura direitos humanos criando por lei novas secretarias, novos órgãos. Aqui é o próprio Prefeito que diz. No Gabinete do Prefeito, a Assessoria dos Direitos Humanos, que já foi exercida pela nossa querida colega Helena Bonumá, nós temos, e por que não colocamos essa gente que está lá, recebendo salário, fazendo funcionar e dando os direitos humanos a quem tem? Por que não atender o Haroldo de Souza, que no seu primeiro dia de Vereador pediu que tirassem as crianças da rua, e o Prefeito disse que tirava, ele tinha assessoria, tinha dinheiro e não tirou, e agora nós vamos criar uma Secretaria com um monte de cargos, e não vai resolver nada.

Nós temos a FASC (Fundação de Assistência Social e Comunitária), vamos atender os direitos humanos por intermédio da FASC, é só olhar o Diário Oficial onde, todos os dias, há um, dois, três quatro decretos de suplementação para a FASC. Vamos usar esse dinheiro para as crianças, para os abandonados na rua, mas a Prefeitura prefere imponência a ver as criaturas abandonadas nas ruas: homens, mulheres, etc., tinham de fazer um abrigo para eles, onde? Num terreno de um milhão de reais, porque não serviria outro; então, agora, para atender os seus meninos, Ver. Haroldo de Souza, quem sabe nós, criando uma Secretaria, os tiramos das ruas? Eu acho que não há nenhuma necessidade, eu não estou achando, eu afirmo que não há nenhuma necessidade. Eu administrei esta Cidade, eu sei que é possível administrar sem mais secretarias. Quando se quer deixar de resolver um problema, se cria uma comissão e enche de gente e aí não sai mais nada.

Se o Movimento de Defesa dos Direitos Humanos no Rio Grande do Sul acha que não deve ser criada tal Secretaria, porque é a criação de cargos apenas, por que eu vou pensar diferente, com a experiência que eu tive de Prefeito desta Cidade, de administrador em vários setores desta Cidade? Só criam e aumentam organogramas, mas com o dever parece que ninguém está preocupado. Nós temos muito dinheiro na Prefeitura. Usamos a estrutura que ela tem, vamos atender a toda essa gente que pode ser atendida, e depois nós até vamos pensar que a estrutura é pequena e temos de ampliá-la. Mas, se não utilizar a estrutura, não pode, pois, querer aumentar, fazendo uma Secretaria, gastando mais dinheiro do povo. Usa esse dinheiro no atendimento, no interesse social, de muita gente que está nas ruas da Cidade. Saúde e paz! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação nominal o PLE n.º 038/02, com ressalva da Mensagem Retificativa, das Emendas e Subemendas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 19 votos SIM, 09 votos NÃO, 01 ABSTENÇÃO.

Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, a Mensagem Retificativa ao PLE n.º 038/02, com ressalva das Subemendas n.ºs 01 e 02. Se rejeitada a Mensagem Retificativa, prejudica as Subemendas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 19 votos SIM, 08 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação a Subemenda n.º 01 aposta à Mensagem Retificativa, aposta ao PLE n.º 038/02. Se rejeitada, prejudica a Emenda n.º 04. (Pausa.) Em votação nominal, por solicitação do Ver. Elói Guimarães. (Após a apuração nominal.) APROVADA por 21 votos SIM, 07 votos NÃO.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Elói Guimarães, a Subemenda n.º 02 aposta à Mensagem Retificativa, aposta ao PLE n.º 038/02. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 09 votos SIM, 17 votos NÃO.

Em votação nominal a Emenda n.º 01 ao PLE n.º 038/02, solicitada pelo Ver. Elói Guimarães. (Pausa.) (Após apuração nominal.) APROVADA por 19 votos SIM, 06 NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação nominal a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 01 aposta ao PLE n.º 038/02, solicitada pelos Vereadores Elói Guimarães, Haroldo de Souza e Cassiá Carpes. (Pausa.) (Após apuração nominal) APROVADA por 20 votos SIM, 04 votos NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Emenda n.º 02 foi retirada.

Emenda n.º 03 aposta ao PLE n.º 038/02. (Lê.): “Inclua-se os incisos XIV e XV ao art. 2.º da Mensagem Retificativa conforme segue: XIV - cria a Escola de Formação da Guarda Municipal, com equipes multidisciplinares de técnicos, tais como pedagogos e psicólogos, com vistas à preparação e à profissionalização constante dos guardas dentro de um ensino próprio desenvolvido, consoante às diretrizes traçadas na política municipal de segurança pública; XV - incumbir à Guarda Municipal atuação em áreas específicas da municipalidade, tais como parques, praças e escolas do Município, bem como a fiscalização de camelôs e ambulantes e de vigilantes do transporte coletivo, ficando a cargo do Poder Executivo a coordenação dessa distribuição.” Emenda n.º 03, de autoria do Ver. Nereu D’Avila.

Em votação nominal a Emenda n.º 03 aposta ao PLE n.º 038/02, solicitada pelos Vereadores João Antonio Dib, Haroldo de Souza, Cassiá Carpes, Elói Guimarães e outros. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 20 votos SIM, 04 NÃO.

Emenda n.º 04 aposta ao PLE n.º 038/02: (Lê.): “Dá nova redação à ementa do PLE n.º 038/02, conforme segue: cria a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e segurança urbana, extingue cargos em comissão constantes nas leis n.º 6.203, de 1988, e n.º 6.310, de 1988, respectivamente os Planos de Carreira do DMAE e DEMHAB, cria Cargos em Comissão e Funções Gratificadas na Administração Centralizada e dá outras providências.”

Em votação nominal a Emenda n.º 04 aposta ao PLE n.º 038/02, solicitada pelo Ver. João Dib e outros. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 19 votos SIM, 04 NÃO.

Declaração de Voto firmada pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel. (Lê.)

 

“Declaração de Voto

Considerando que a modificação do nome da Secretaria de Direitos Humanos para Secretaria de Segurança Urbana e Direitos Humanos tem efeito apenas semântico, não alterando o conteúdo e objeto do Projeto; considerando o número elevado de cargos que serão criados (dezessete CCs e vinte e um cargos de provimento efetivo), bem como os gastos resultantes da implementação da nova Secretaria Municipal; considerando que a Assessoria de Direitos Humanos, atualmente vinculada à Secretaria do Governo Municipal e à FASC (Fundação de Assistência Social e Comunitária), atendem os objetivos e os fins pretendidos pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Direitos Humanos, com menores custos e maior agilidade; considerando a manifestação contrária à criação da Secretaria por parte da entidade de defesa dos direitos humanos, inclusive, utilizando-se da Tribuna Popular desta Casa Legislativa; considerando o fato do Projeto não atender ao dispositivo do art. 169 do Parágrafo 1.º da Constituição Federal, combinado com o art. 21 da Lei Complementar 101/00, que exige dotação orçamentária e autorização da lei específica na Lei de Diretrizes Orçamentárias, resolvem os seguintes signatários votar contra o Projeto: Ver. João Antonio Dib, Ver. João Carlos Nedel, na data de hoje, 23 de dezembro.”

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3726/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 080/02, que autoriza a abertura de créditos suplementares no valor de R$ 11.328.200,00 e dá outras providências. Urgência.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

-para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 122, III, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLE n.º 080/02. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação nominal, por solicitação do Ver. João Antonio Dib e outros. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 25 votos SIM.

Atenção para o Requerimento de convocação do Prefeito Municipal de Porto Alegre. Convocação para Sessão Legislativa Extraordinária, em 27 de dezembro de 2002, para apreciar os Projetos de Lei do Executivo n.º 087/02 e n.º 088/02. Vou ler o teor.

(Lê.) “PLE n.º 087/02: Institui, no Município de Porto Alegre, a contribuição para custeio de iluminação pública, prevista no art. 149, “a”, da Constituição Federal. PLE n.º 088/02: autoriza abertura de crédito suplementar no valor de 225 mil reais do Departamento Municipal de Limpeza Urbana e dá outras providências.”

 

O SR. ISAAC AINHORN: O Projeto que institui a contribuição da taxa de iluminação pública é PLCE?

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Projeto de Lei do Executivo, PLE.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Está errado.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Queremos ressaltar que os Vereadores estão convocados para a Sessão Extraordinária no dia 27, às 9h30min.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Quais os Projetos?

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Posso ler novamente: (Lê.) “PLE n.º 087/02: Institui, no Município de Porto Alegre, a contribuição para custeio de iluminação pública, prevista no art. 149, “a”, da Constituição Federal. PLE n.º 088/02: autoriza abertura de crédito suplementar no valor de 225 mil reais do Departamento Municipal de Limpeza Urbana e dá outras providências.”

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Os Srs Vereadores estão convocados para dia 27, às 9h30min, neste mesmo recinto.

Em nome da Casa, queremos desejar a todos os Vereadores e à população de Porto Alegre um Feliz Natal.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 19h06min.)

 

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